Today — não se aproximem. Minha vibração está negativa, carregada como um trovão prestes a romper o céu. Está engatilhada para destruir o que se iguala, o que se acomoda, o que se curva. Os seres humanos, em sua trágica incompetência de compreender os fenômenos e as coisas, recorrem ao sobrenatural como quem implora por sentido num mundo que já não oferece respostas. Alienados, entregam-se à distopia de um controle ilusório, guiados por uma paixão cega por dogmas que os mantêm em cativeiro.
Vivem como sombras de si mesmos, espectros que caminham entre ruínas de ideias mal digeridas. Marx já alertava: o homem alienado não reconhece a si mesmo no mundo que constrói.
E assim, constroem prisões com tijolos de ignorância e intolerância, apostando na própria cegueira para erguer mundos paralelos onde a injustiça é norma e a empatia, exceção.
Pobres diabos... Se ao menos ouvissem uma composição de Beethoven ou Bach, desmanchar-se-iam como estrume sob a flecha inexorável do tempo. A arte, essa centelha do sublime, ainda poderia resgatar-lhes a humanidade. Mas preferem o ruído ao silêncio, o grito ao pensamento, o consumo à contemplação.
Neste cenário, as ovelhas do pastor cristão foram substituídas por gado — bovinos que, ao som do berrante, caminham obedientes rumo ao abate. Já não há pastores, apenas vaqueiros do capital, guiando massas entorpecidas por promessas vazias e algoritmos que moldam desejos. A alienação é total: do trabalho, da linguagem, do corpo, da alma.
Nietzsche diria que Deus está morto, mas o que morreu foi o homem — aquele capaz de criar valores, de insurgir contra o rebanho. O que resta são simulacros, como diria Baudrillard, cópias de cópias de uma realidade que já não existe. Vivemos num teatro de máscaras, onde cada rosto é uma mentira bem ensaiada.
E enquanto isso, o tempo — esse arqueiro silencioso — continua a disparar suas flechas. Algumas atingem os que ousam pensar. Outras, passam por entre os olhos dos que já não enxergam.
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