"Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar". Wittgenstein
Pensamentos cortam a noite com a navalha fria de um mundo sem sentido. Cada passo neuronal transforma a realidade inalcançável em certezas provisórias. O rio flui por baixo da transparência que o congela. Palavras jogadas ao esmo etimológico pesquisam novas experiências idiomáticas para remover a negação da existência. O erro foi ter saboreado demais, aprofundado o pensar em busca de leis, que expliquem o universo em expansão desde do Big-Bang. O primeiro passo do homem em direção a humanidade foi um erro ou uma artificialidade que não corresponde ao mundo objetual. Alguns cientistas dizem que o homem foi expulso do substrato que constituí e move o universo. O homem desenvolveu um estudo, uma biografia da natureza, ou seja, depois de milhares de anos, edificou a ciência para teorizar sobre a matéria e energia que compõem o cosmo infinito - ou que chamamos de natureza espalhada pelo sem fim desconhecido. Foi outorgado ao homem a missão de efetivar um grande estudo com o intuito de desvendar todos os mistérios, mitos, leis, equações, números, cálculos e todos artifícios que possibilitem revelar o que somos (homem + natureza).
Na realidade, o homem e a "humanidade" estão mais perto da auto destruição do que o conhecer o universo. Em cada unidade da "humanidade" temos o incontrolável apetite animal. O que chamamos de racionalidade é apenas um conceito que não encontra paridade nos fenômenos naturais. Somos frutos do acaso e não de um edulcorante livre arbítrio e muito menos filhos diletos de um ser superior. O que chamamos de pensamento, inteligência e racionalidade não passam de fluxos físicos-químicos dentro do córtex, que reflete os feixes do mundo exterior que entram pelos sentidos. O filosofo e lógico-positivista, Wittgenstein proferiu o enunciado que desmancha a pretensão humana de explicar o universo; e representa a impossibilidade de chegar a uma verdade peremptória:
- "Sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar".
Os pensadores tão realçados e relevados pela cultura humana, não passam de ingênuos codificadores do incompreensível. O animal homem caminha há cem mil anos pela superfície do planeta. Cada lapso de tempo que consome e produz seres bípedes-implumes de Platão é recheado de ilusões- com o fim de impedir um suicídio coletivo da humanidade. O antropomorfismo (cultura, ciência, tradição, etc..) serve de estímulo e ópio para o homem sobreviver sua desgraça terrena e única. Deus é a válvula de escape para a sensação de impotência humana. A religião é a forma de poder em que os mais fortes manipulam o rebanho servil. O estado é o artificio legal para manter o status quo. As filosofias necessitam do estado de hegel para que o lobo predador mau de Hobbes e o símio dócil de Rousseau possam assegurar sua ideologia. O bom e o mau não encontram guarida na natureza, são apenas adjetivos para que postulantes ao poder possam iludir as massas reprimidas. Representam atributos de discursos em busca do poder. A terra não tem sabor, a água não é seca nem molhada, os átomos e sub partículas só existem nas teoria depositadas nos cérebros digitais e orgânicos. Na realidade, a natureza não sabe quem somos, ou melhor, nos mesmos não sabemos quem somos. A natureza existe, mas sua definição é o elemento que faz o homem percorrer o tempo em direção ao nada. O homem é como o cavalo que corre atrás da cenoura pendurada na vara, o cavaleiro põe a frente e por mais que o equídeo corra, a distância entre o seu apetite e a realização, permanecerá a mesma....
"Whereof one cannot speak, thereof must one be silent."
Wittgenstein
Nenhum comentário:
Postar um comentário