Agonia, polígonos, momentos angulares
Agonia, polígonos, momentos angulares — sentado, afastado dos astros, sem signo, o desejo vem à tona...
O nada sofreu osmose do tudo, e o universo começou num dia de verão extremamente quente e denso.
Eu estava tomando cerveja, sem preocupação: a existência ainda não existia, o espaço-tempo de Einstein era o nada para mim.
Ao mesmo tempo, nas vias, os carros chineses elétricos trafegavam silenciosos. Era um instante extremo, onde o big crush e o big bang permaneciam inertes antes da explosão.
Dinamites me mordam... e eu ainda estou aqui, dedilhando nas teorias das cordas, brincando como um deus manco que perdeu sua bengala tocada por Midas.
De nada adianta a densidade se não houver utilidade...
Cercados por kamikazes suicidas em busca de sentido, nada contra o determinismo do universo ou a pluralidade dos multiversos.
Ou seja, tudo já foi escrito: só nos resta o amor fati. E nisso os gregos foram mestres.
Mas, enquanto a noite e o dia não vêm, fico bebendo cerveja no átimo, no cair inerte do vai e vem do universo...

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