sexta-feira, 18 de abril de 2025

 

O Mito De Sísifo

Acordar no incio do bulicio da cidade, tomar água mineral em abundancia. Espremer um limão sem fazer limonada. Preparar o arroz integral. Almoçar, simplesmente, o menos prejudicial para mim e o planeta. Ir para o computador & jogar injurias contra governos que só querem as benesses do poder (juros, apadrinhamentos, beneficios) & assim caminha a humanidade cheia de preconceitos interesses and odio... E querem que eu seja racional com esses politicos patifes que destroem a ética, o futuro e se perpetuam incolumes aos seus mal feitos... Daí percebo que a condição humana é tetricamente viciada no sentido de sempre estar num beco sem saída, numa sinuca de bico ou numa teoria que logo vai caducar no próximo teste...


O Mito de Sísifo Revisitado


Despertar ao primeiro vagido da cidade insone. Engolir água mineral como quem dilui veneno. Espremer limões ácidos sem a ilusão da limonada – só o sumo cru da sobrevivência. Preparar o arroz integral com meticulosidade de alquimista: cada grão, um cálculo contra a decadência.
No computador, despejo protestos contra governos que mastigam ética e cospem juros. Observo a humanidade arrastar-se na gangorra de preconceitos e interesses, seu ódio um animal domesticado por retóricas. Exigem racionalidade? Como dialogar com esses ouriços do poder, todos espinhos e vísceras que engravatam crimes e
pariaram  futuros claudicantes?
Eis o fardo: perceber que carregamos o rochedo não nas costas, mas nas vísceras. Cada manhã recomeça o ciclo – sinuca de bico metafísica, teoria que desmorona no primeiro teste da realidade. A condição humana: vício em becos sem saída, vírus de eterno recomeço. Sísifo, afinal, sorria não por absurdo, mas por reconhecer no suor a única verdade imutável: rolar pedras é nosso DNA cósmico.




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