O sol vermelho com suas tempestades ao amanhecer pede poesia dentro do meu córtex. Não consigo mais ver a beleza nas coisas que tem um fundo igual, ao perceber a transparência com uma mente livre. Elas somente se diferenciam no antropomorfismo, nos valores que os mais fortes dão para que seus sistemas funcionem. Olhamos as belas obras da igreja católica, todo seus adornos de ouro, a indumentária do sacristão, nos coloridos dos bispos e do vestuário sumptuoso do papa. Vemos coloridos, pompa e luxo. Nossos olhos se maravilham com artistas como Da Vinci, Rafael, Miguel Ângelo, Bernini & tantos outros que espalharam as genialidades sobre/sob o estado católico. Se ficássemos presos a esta faceta cultural-artística-religiosa, poderíamos nos orgulhar da essência humana.
O problema começa quando ao redor deste núcleo de ouro, a arte e orações surgem Torquemadas. Fazendo fogueiras de homens, fervendo em óleo os hereges, torturando dissidentes da santa doutrina cristã. Iniciam-se. Cruzadas em nome da religião, mas o que está por trás dos "santos" cavaleiros - Escondem-se a ideologia das pilhagens. Invasões de países, intolerância e assassinatos em massa... Atualmente o sangue foi estancado, de vez em quando pinga dos interesses econômicos do vaticano, mas a pedofilia encontra abrigo sob o símbolo da cruz & Papas entram & Papas saem e os discursos se tornam inócuos quando confrontados com a realidade.
Quanta barbárie, quantas injustiças em toda parte - guerras, fomes, opressão. O belo, o sublime, o horripilante são formados pelas mesmas sub-partículas físicas, movimentadas pelas quatros forças do universo. Fico pensando no ser que não encontro na ontologia de Heidegger, na filosofia grega, em especial no imóvel ser de Parmênides ou no Panta Rei de Heráclito, mas sinto uma estranha sensação de preenchimento quando o álcool lentamente invade meu corpo e se manifesta concordino com minhas visões de William Blacker. Claro que minhas alucinações reais não tem deuses nem seres míticos. Contudo se manifestam nos entes da física quântica, seres matemáticos, lógicos que encontram realidade exata nas sinapses da minha mente - mente no sentido darwiniano - sinto que a transformação da minha energia consciente está chegando ao fim. & como Epicuro não estou preocupado com thanatos, pois quando ele está eu já não mais estarei e isto me é indiferente....
O sol se levantou mais uma vez, contrariando Hume, se levantou mais cedo e bordou de rosa o horizonte, a matéria escura. Ela ocupa uma parte do meu pensamento, entrementes, Neil Young com sua Cinnamon Guirl ecoa no computador. A cabeça gira após doses cavalares de vodca na madrugada, mas nada de novo no front, sempre condenado por ser humano e La Nave Va de Felinni e a Nau dos Desesperados me deixa numa ilha para respirar a solitária solidão... Sou um naufrago, mais um idiota separado da multidão de imbecis, melhor seria ter nascido ou evoluído no espaço-tempo como uma pedra sem valor....
LA NAVE VA
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