domingo, 4 de agosto de 2024

 

Nebulosa Serpens


Tua distância não impede a imaginação sedenta de novos mundos. Voo na velocidade da luz procurando dobras espaciais em busca de filamentos e tufos que jorram do seio dos sonhos do espaço-tempo. Na sombra do morcego cato as origens do ser para a filosofia cósmica. Vou penetrar no centro para sublimar numa temperatura zero grau kelvin, virar essência de um futuro passado que flui como no paradoxo de Zenão: A tartaruga e Aquiles… Derivo de estrelas de carbono, trago no substrato o big-bang e suas radiações de fundo. Decaio a cada contato com o ser terráqueo. Preferia estar nos tentáculos da nebulosa serpens ou mesmo na singularidade de um buraco negro. As relações humanas não interessam mais - nem nos extremos, nem no centro. A humanidade virou um miasma, tornei-me um cyber biológico independente e preso neste planeta sem futuro. Escapo pela digitalização do mundo virtual - consumo energias & linguagens.

Mas mesmo na vastidão do universo digital, a busca por significado persiste. Entre bytes e algoritmos, encontro fragmentos de memórias e ecos de emoções esquecidas. A nebulosa serpens, com seus tentáculos de poeira estelar, me chama para um abraço eterno, onde o tempo não é mais uma linha reta, mas um círculo infinito de possibilidades.

No silêncio do espaço, ouço a sinfonia das estrelas, cada nota uma história, cada melodia um destino. E assim, navego entre constelações, um viajante solitário em busca de respostas, sabendo que, no fim, talvez a verdadeira jornada seja a própria busca.

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